Slide # 2
Slide # 3
Slide # 3
Slide # 3
Slide # 3
Slide # 3

sexta-feira, outubro 01, 2021

BOTIJÃO DE GÁS JÁ CHEGA A 10% DO SALÁRIO MÍNIMO NO RIO; CONSUMIDORES E REVENDEDORES SOFREM COM O CUSTO

 



Após consecutivos aumentos, o botijão de gás já chega a custar 10% do salário mínimo no Estado do Rio, o que faz com que muitas famílias o utilizem apenas em situações específicas, como em dias de chuva ou para preparos rápidos, como um café. Nos outros momentos, a lenha é a solução mais barata para cozinhar. Quem ainda tem condições de apertar o orçamento para não deixar faltar o item reclama de pagar até R$ 111 pelo GLP. E mesmo os revendedores já vêm sofrendo impactos, tendo que se desdobrarem para manter o negócio..


A dona de casa Andrea Rodrigues, de 52 anos, que mora em Nilópolis e tinha hábito de fazer "comida fresca" todos os dias, decidiu trocar o jantar por lanches feitos de pão integral, salada, atum ou queijo, a fim de economizar.


— Antes, eu cozinhava duas vezes por dia. Agora, só faço comida no almoço mesmo — conta.


Veja ainda: Aviso de redução no peso ou na quantidade de produto deve ficar exposto em embalagem por 6 meses, diz governo


Desde janeiro, o preço médio do botijão de gás para o consumidor subiu quase 30%, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que equivale a cinco vezes a inflação acumulada no período. Na última semana, valor máximo registrado pela ANP na cidade do Rio de Janeiro foi de R$ 102. No entanto, um levantamento do EXTRA encontrou o produto por até R$ 111,90.


Queda de 50% nas vendas

Os revendedores também têm sofrido com os ajustes anunciados pela Petrobras. Natália Rodrigues de Souza, de 30 anos, administradora do galpão Copagaz, em Bonsucesso, na Zona Norte da capital, calcula que, entre 2020 e 2021, as vendas caíram 50%. Para reduzir os custos, a distribuidora, que dava panos de pratos para os clientes a cada compra, suspendeu os brindes. Agora, o estabelecimento investe em panfletagem para alavancar o negócio.


Proprietário de uma revenda de gás em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Fábio Moreira vende o botijão por R$ 85, no depósito, e R$ 93, com entrega. Ele afirma que a elevação nos preços dos combustíveis também pressiona o caixa da empresa. Somado a isso, ainda há custos com a segurança dos botijões, que viraram alvo de criminosos.


— O combustível que eu gasto para buscar o GLP em Caxias e levar na casa do cliente encarece a operação. Ainda tenho que gastar com escolta armada, o que eu não precisava fazer há alguns anos — lembra Moreira: — Até o casco vazio ficou mais caro. Dois anos atrás, eu pagava R$ 55, agora custa R$ 240. Se um cliente quer comprar o botijão completo, eu falo que não tenho e só faço a recarga. Fico até com vergonha de cobrar mais de R$ 300 pelo produto.