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segunda-feira, março 20, 2023

FURTOS IMPACTAM NO COTIDIANO E CAUSAM PERDAS DIVERSAS ÀS PESSOAS


Alguns ferros-velhos localizados nas avenidas Barros Reis e Afrânio Peixoto (Suburbana) foram identificados pela Polícia Civil numa rede de receptação de cabos e fios de cobre furtados da rede elétrica e do sistema metroviário de Salvador. Alvo de investigação em curso, há cerca de seis meses, os furtos provocam quedas e oscilações no fornecimento de energia, gerando impactos no cotidiano da população e perdas aos setores econômicos.  


Coordenador do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), o delegado Glauber Eiji Uchiyama informou que as investigações correm pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, ligada ao DCCP. “Temos pessoas identificadas, donos desses ferros-velhos, que estão funcionando como receptores desses materiais que são frutos de crime, de origem duvidosa. Nesses locais, o cobre é vendido para outras pessoas e também já temos identificado algumas delas, entre elas empresas em Salvador", disse. 


"São muitos, mas muitos mesmos e são estabelecimentos de todos os portes. Infelizmente ainda não podemos revelar nomes, nem endereços para não atrapalhar as investigações", acrescentou Uchiyama, acrescentando ainda que os furtadores são, em sua maioria, pessoas em situação de vulnerabilidade social e dependentes químicos. "Agora estamos na fase de investigação, reunindo provas para acionar o judiciário para o cumprimento de buscas e apreensão", completou.


De acordo com a Neoenergia Coelba, que registrou 220 furtos entre janeiro e fevereiro deste ano, os bairros com mais furtos são Pituba, Parque Bela Vista, Pernambués, Barbalho e Nazaré. No sistema metroviário, segundo a CCR Metrô, 81 casos aconteceram nos dois primeiros meses do ano. Mas a prática criminosa não está restrita a essas áreas. 


Na madrugada da última quinta-feira, três homens foram presos ao serem flagrados por uma guarnição da Guarda Civil Municipal (GCM), na avenida Vasco da Gama. O trio foi encontrado após os agentes perceberem dezenas de metros escavados e, no final do percurso, os suspeitos fazendo a retirada dos fios. Os homens foram detidos e encaminhados à Central de Flagrantes, nos Barris, com todo o material apreendido.


No último levantamento da GCM, feito entre 25 de agosto de 2022 e 28 de fevereiro deste ano, o serviço de denúncias do órgão (veja Serviço) recebeu 130 comunicados de furto e roubo de fios. Para o inspetor Marcelo Silva, há indicativos que este tipo de crime tenha crescido por conta da maior atratividade do valor do metal no mercado clandestino. "Essa galera meio que tem se especializado nesta prática. Eles sabem dos locais onde não tem fiscalização e atuam”, completa.


A fala de Silva encontra eco na avaliação do advogado criminalista Marinho Soares: “eles vão, cometem um, dois, três. Ninguém viu, se viu não falou nada e não tem segurança, eles continuam ali cometendo os crimes. Estamos diante de uma crescente de furtos e outros crimes também, mas que infelizmente o Estado não está sabendo lidar, até agora". Ele reforçou que "cabe a polícia investigar, não só quem comete esses crimes, mas quem está recebendo esses materiais".


O inspetor da GCM confirma a ampla presença de dependentes químicos, mas percebe outros perfis praticando esse crime. "A gente sabe que, quando é um morador, usuário, ele vai e pega um tanto, o quanto ele consegue carregar até porque os cabeamentos pesam. Agora, quando a gente vê o emprego de um veículo, por exemplo, com não sei quantos metros de cabos, ali não é um perfil de uma pessoa que está em vulnerabilidade", analisa. 


A fim de reforçar o policiamento na cidade, segundo o inspetor, a Prefeitura vai instalar, ao menos, 300 câmeras na cidade, indo do Comércio até a praia do Flamengo. O primeiro bairro a receber o monitoramento da Guarda será a Barra. "Esperamos que a situação melhore muito por meio desse monitoramento que, inclusive, o Estado já faz em diversos outros pontos da cidade, por meio da SSP (Secretaria de Segurança Pública) e que usam da tecnologia de reconhecimento", declarou Silva. 


Vale lembrar que a compra de mercadoria roubada ou furtada também é crime. O coordenador da DCCP alerta para a necessidade de ficar atento aos preços praticados pelos estabelecimentos, ou seja, se um produto como cobre estiver com o quilo muito abaixo do mercado é preciso evitar a compra e denunciar para que haja uma investigação, principalmente se não tiver nota fiscal.  


"A recepção é alguém que revende uma mercadoria de origem ilícita, de procedência duvidosa. Agora quem compra esses itens sem nota fiscal com um preço lá em baixo, também está cometendo receptação e este é um crime que pode chegar de um a quatro anos de reclusão, além de uma multa e é inafiançável", ressaltou.